quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Casa dos Segredos - parte 2

O post sobre a Casa dos Segredos (CdS) inspirou-me para outra observação que pode ser feita ao nível do comportamento dos concorrentes e da sociedade em geral.

Os concorrentes estão dentro daquela casa 24 sobre 24 horas. Às vezes estão contentes, outras vezes tristes, outras vezes chateados e até cheios de raiva, envolvendo-se em acesas discussões uns com os outros. De vez em quando a Voz fala com eles, dá-lhes instruções ou qualquer tipo de informação. Nas "galas" recebem o feedback da Teresa Guillherme pelas patetices feitas ao longo dos dias. Seja através da Voz, da Teresa Guilherme ou de alguma carta de um familiar, os concorrentes sabem que estão a ser observados e avaliados, e muitas vezes apontam-lhes o dedo devido à conduta menos boa.

Apesar de toda esta vigilância, o comportamento dos concorrentes não é praticamente afectado; ou se é, as tendências comportamentais manifestam-se na mesma. A minha questão é: se as pessoas que observam os concorrentes estivessem na mesma sala que eles, o comportamento seria igual? Acredito que não.

Agora vamos assumir que Deus existe. E que Deus nos observa a todo o momento. E nos avalia. 
Há muitas pessoas que acreditam na existência de Deus, que se dizem seguidoras de uma religião monoteísta, mas frequentemente comportam-se como quem ignora os princípios dessa religião, ignorando simultaneamente o deus que adoram e que dizem seguir. 

A este comportamento, tal como demonstrado pelos concorrentes da CdS, vou-me arriscar a designar por Síndrome da Vigilância de Deus. É basicamente um síndrome em que as pessoas revelam um comportamento imoral, sabendo que estão a ser observadas, mas que mantêm o comportamento porque têm a ilusão de que não estão a ser observadas. Usam a máxima "o que não se vê não existe".

Aqui ficam algumas questões para reflexão:
1. Quantas vezes esta síndrome está oculta pelo facto de estarmos na presença física de alguém?
2. Será esta a razão para tantos males no mundo apesar de biliões de crentes em Deus?
3. Os altos responsáveis do Vaticano acreditarão realmente em Deus ou simplesmente assumem que por não O verem têm carta branca para determinados actos?

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